sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A tão cobiçada Amams

Não deu outra. Walmir Morais, pela terceira vez na Amams. É possível? Claro, quando se tem padrinhos e o braço forte do governador Aécio Neves. Mas por que será que a presidência da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene é tão cobiçada? É hora de discutirmos o “xis da questão”, como diria o jornalista português, Carlos Manoel Chaparro.

A eleição para o cargo ocorreu no dia 9 de fevereiro. Mas, antes da novidade, assistimos pela tevê troca de farpas, pedido de indeferimento de mandato e outras “cositas mas”. A Associação é considerada uma das maiores entidades municipalistas do interior do Brasil. Dá para entendermos, então, como funciona a coisa.

Representatividade, oportunidade de alçar vôos mais altos, prestígio, poder. Opa! Falei de mais. A busca pelo poder já fez cair e levantar grandes nomes. E também ditadores. Três candidatos colocaram o nome à prova para concorrer à presidência. Valmir Morais de Sá (PTB), prefeito de Patis, se reelegeu com, quase, unanimidade, Fábio Madeiras (PTB), prefeito de São João da Ponte, que preferiu deixar de lado a candidatura. Ainda bem, disseram alguns colegas prefeitos, e o prefeito eleito em Januária, Maurílio Arruda, que semanas antes da eleição foi procurar o vice-governador, Antônio Augusto Anastásia. Acabou levando um puxão de orelha. “O que é isso menino? Estamos em plena campanha presidencial. Quem você pensa que é”, disse Anastásia. Valeu a pressão de Arruda, que arrancou do vice-governador uma boquinha como diretor da entidade.

Como afirmou o jornalista Adriano Souto, do Hoje em Dia, que colocou Valmir como candidato de Aécio. O jornalista ainda alfinetou. Disse que a eleição da Amams passa, obrigatoriamente, pelo Palácio da Liberdade.

Mas a maior novidade, mesmo, que também desistiu da candidatura, por mera pressão, foi Marquinho Braga, prefeito da estimada cidade de Ubaí. Está no seu segundo mandato como prefeito de Ubaí. É da família Braga, que gerou para a política nortemineira o saudoso deputado estadual Zé Braga, o prefeito de Pirapora, Warmillon Braga, e o ex-prefeito de Brasília de Minas Geraldo Braga. Não levou por pouco. Por pouco, não. Por que a democracia é subestimada na região.

A contar pela cidade de Francisco Sá, que, ao que tudo indica, vai ter nova eleição. Ruim para o povo que leva a culpa na política. Depois de eleitos, dizem que nós é que não sabemos escolher nossos representantes. Cada um tem o político que merece.

Valmir Morais foi presidente da Amams por dois mandatos (2005/2007 e 2007/2008). É cumpadre de Aécio Neves (PSDB). Em seu município, Patis, votou nas eleições de 2006, com Arlen Santiago (PTB) para deputado estadual e Nárcio Rodrigues (PSDB) para deputado federal.

É o mesmo do mesmo.