Não é só em Montes Claros que ocorre (já vi em outras cidades do Norte de Minas, principal região do estado em que não há uma fiscalização rigorosa), mas é quase comum se deparar com um “jornal” ou “revista” circulando por aí, sem qualquer novidade que mova ou provoque o leitor a pensar. Pode soar meio demagógico, mas só “servem” para atrapalhar quem desenvolve um bom trabalho jornalístico e tem cacife para tal função.
Pomposos, bem diagramados (nem todos), com textos medíocres (CtrlC Ctrl V), um desserviço à gramática e à ortografia. Sem falar nas fotos idiotas, sem nenhuma apuração técnica do fotógrafo. Ainda tem as legendas. Pouco criativas e sem nenhuma informação adicional, como recomendam os rituais e manuais do jornalismo da grande imprensa.
Macetes que não se aprendem copiando indiscriminadamente o que se vê pela frente, mas, sim, ouvindo o sofrimento das pessoas, de uma leitura crítica, da semiótica.
Esses caras vão ficar, aí, impunes. Será que fiz juízo de valor? Com certeza, não. O problema é que não há fiscalização, tanto de nós, jornalistas, quanto dos órgãos competentes.
Qualquer mané pode, a qualquer hora ou lugar, montar um “jornal”, ser JORNALISTA ou estar JORNALISTA. Ridículo. Nesses ditos “jornais”, você se depara com um expediente também medíocre. Às vezes, o “jornalista (ir)responsável não aparece nem para assinar as matérias. Quando há um profissional do jornalismo, o cara é, simplesmente, o dono, o editor, o diagramador, o telefonista, a secretária... O diabo a quatro.
A categoria, principalmente os formados, deve intensificar a mobilização e iniciativas de combate às formas de precarização e das relações de trabalho, como preconiza a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Defendamos nossa dignidade!
Melhor para profissão, melhor para o JORNALISMO. Melhor para NÓS
5 comentários:
Andrey, concordo plenamente com o seu texto.
Acredito que deve ser desenvolvida uma ampla campanha em todos os municípios do Norte de Minas pela valorização do profissionalismo. Que nesta campanha haja a efetiva participação do CRECIH (faculdade de Jornalismo), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, do Ministério do Trabalho e dos profissionais graduados.
Outra ação urgente é encaminhar ofício à AMAMS (prefeituras) e AVAMS (câmaras) para que essas instituições respeitem o Jornalista Profissionais dando prioridade a estes na indicação para assessoramento.
Atualmente ocorre um afronto aos Jornalistas quanto à nomeação de leigos que, em alguns casos, aventuram em ser "jornalista".
Aqui em Janaúba não é diferente. Enquanto a colega Maria Edith Correia, graduada em Comunicação Social/Jornalismo, fica "a ver navios", os pseudos-jornalistas são os xodós dos políticos eletivos.
Os Jornalistas Profissionais precisam ser respeitados.
Grato.
Oliveira Júnior.
e-mail oliveirajunior2@bol.com.br
Aponta um jornalista que presta formado em Montes Claros e que não exercia a profissão antes? Pergunta para os donos de jornais porque eles não contratam "editores formados" na Funorte? Nem o Gazeta quer saber mais de "jornalista formado". Acabou de contratar Eduardo Brasil para ser seu editor. Até o jornal O Norte, de Ruy Muniz, dono da faculdade, não quer saber de seus formandos e formados. Êta ferro!
Olá, Andrey...
Concordo com sua análise... Jornalismo no interior está cada vez pior... A imprensa em Montes Claros completou em fevereiro 125 anos de existência. E o que temos para comemorar? Simplesmente nada ou pouquíssimas conquistas? O "anônimo" que comentou a sua análise poderia se identificar. Aqui é um espaço de discussão sério. Se atualmente os jornalistas formados pela Funorte não estão sendo contratados é sinal de que o curso anda muito ruim ultimamente. Saudações... João Renato Diniz Pinto
Concordo plenamente com seu texto Andrey...
Infelizmente, a imprensa do Norte de Minas é deprimente... E a grande maioria dos "jornalistas" e meios de Comunicação não colabora ou se preocupa em promover alguma mudança. Consciência e competência profissionais são essenciais. E isto, falta na região.... em contrapartida, sobra gente querendo aparecer, "ser famoso"...E por isso, não se importa com o que está sendo feito... Qualidade da informação? Que informação? O importante é aparecer... Ter o nome em colunas... Respeito? Ética? Isso fica para quem se compromete com a profissão.
Lamentável... Simplesmente, lamentável...
Gente, é isso mesmo. Valeu pelos comentários. Temos que nos unir. Do contrário, nossa profissão vai ficar precarizada. Incentivar essas discussões já é uma boa iniciativa.
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