quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Pegou pesado


Jornal Hoje, Bom dia Brasil e até o Fantástico pegaram pesado esta semana. Parecia uma série narcisista. A nova minissérie da Globo, Queridos Amigos, de Maria Adelaide Amaral, que estreou na segunda-feira, mereceu inserção em quase todos os meios da emissora. Mas a inclusão de programa que se deu de maneira mais estranha, e que chamou a atenção dos telespectadores, aconteceu no último domingo, quando Pedro Bial, ao vivo, comentou a formação de um paredão da oitava edição do BBB com a jornalista Patrícia Poeta. Isso em pleno andamento do programa jornalístico. Quem esperava mais uma chamada floreada para uma matéria/denúncia, peculiar do Fantástico, perdeu o fio da meada. Foi surpreendido com a entrada brusca de Bial.

Outro lapso memorável da emissora, se é que podemos denominar assim, foi percebido logo nas primeiras edições do reality show, quando o tão respeitado Jornal Nacional deu destaque, durante sua edição, aos “heróis da nave mãe”. Bons motivos para não assistir aos super-heróis do Bial que expõem suas fragilidades pessoais para ganhar 1 milhão não faltam.

Traço aqui uma linha de raciocínio para aqueles que fazem comentários ácidos e doces sobre o programa. Existem pelo menos três linhas de pensamento ou tipos de pessoas que maldizem o BBB. A primeira linha se estende aos que não assistem e ainda assim comentam. A segunda, dos que assistem apenas para falar mal. E, terceiro, a linha mais desprezível, daqueles que assistem, dizem que não, mas acabam se entregando quando alguém conta detalhes de algum episódio irônico ou sarcástico ocorrido na casa.

Na faculdade, sempre fui orientado a não assistir ao programa, apesar de ser uma opção fácil de se tomar. Bastaria eu desligar a TV ou ficar zapeando os canais até encontrar uma programação melhor, cultural. Também nunca me disseram que era um programa cult, mesmo assim quis assistir por curiosidade. Não me surpreendi.

Poucos sabem, mas o reality show é uma janela para se discutir a relação humana. Em pequena escala, mas é. 14 pessoas comuns se expõem ao preço de 1 milhão. Você teria coragem? O programa não me acrescenta nada. Só nos toma o tempo. Melhor ler um livro. Mas, afinal, o que nos ensina o BBB? Psicólogos, jornalistas, pensadores, sociólogos. O que eles realmente acham sobre o programa? Seria uma boa oportunidade para a análise do comportamento de cada participante na vida alheia? Meio duvidoso. Melhor ficarmos de olho no que os meios querem nos vender. Eu tenho minha posição. Não quero saber da vida de ninguém. Isso já seria pegar pesado de mais.

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