quarta-feira, 14 de julho de 2010

JB migra 100% para a internet. Será o fim do jornalismo impresso?


A direção do Jornal do Brasil, veículo com quase 120 anos de história, decretou nesta quarta-feira que encerrará suas atividades no meio impresso. Migrará todo o seu conteúdo offline para online. O enterro do JB está marcado para o dia 1º de setembro.

Será mesmo o início do fim dos jornais impressos, tema que vez vários críticos do jornalismo adiavam sua discussão? O tema vale ser discutido, com certeza o será, no programa Observatório da Imprensa, dirigido por um de seus idealizadores, Alberto Dines, que foi editor-chefe por 12 anos.

A divulgação foi feita pela própria direção do jornal, que anunciou em forma de anúncio em duas páginas que perdeu milhares de assinantes nos últimos anos como consequência das contínuas mudanças na redação e de seus graves problemas financeiros.

Fundado em 1891, o jornal chegou a alcançar uma tiragem de 150 mil exemplares diários em seus melhores tempos, mas ultimamente sua circulação caiu para 21 mil. "O 'Jornal do Brasil', coerente com sua tradição de pioneirismo e modernidade, se coloca mais uma vez à frente de seu tempo. A partir de 1º de setembro de 2010 o 'JB' passa a ser o primeiro jornal 100% digital", traz o anúncio divulgado na versão impressa.

O diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, lamentou a notícia e disse que foi um "equívoco empresarial".

Verdade ou não, o bacana dessa triste história foi que a direção, antes de tomar a decisão, consultou os leitores, que aprovaram a medida. Agora, eles terão que pagar apenas R$ 9,90 mensais para ter acesso à edição na internet. Valor interessante e acessível. Mas quem vai querer pagar, com tantos meios de informação que "voam" por aí como "núvens" sem preço, de graça?

Questionamentos como esse só os internaturas poderão responder. Eu, por exemplo, dificilmente, pagaria para ler ou ter acesso a uma notícia, a não ser que ela fosse exclusiva ou muito especial. Sei, lá. Acredito que nem assim.

É bem verdade que o JB não tomou a decisão dando tiro no escuro. O papel encareceu, tinta hoje vale ouro... E se há poucos leitores, certamente não haverá anunciantes, já que dependem dos leitores para vender seus produtos.

É bem verdade também que as opções da internet para empresas anunciarem cresceram de forma assustadora. Então, não há o que temer. O JB vai continuar lucrando, talvez não mesma proporção, mas poderá usar uma ferramenta que milhares de sites pelo mundo não têm: credibilidade.

A pergunta que fica é a seguinte: Se um jornal com a história do JB, que já teve ilustres jornalistas em sua redação, que fez coberturas espetaculares, se entregou literalmente ao meio digital, qual será o fim dos jornais do interior?

(Com informações do Terra)


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